Soares, P.A.; Knop, L.A.H.; Jesus, A.A.; Araújo, T.M.. Células-tronco em Odontologia. R. Dental Press Ortodont Ortop Facial, V.12, N.1, p.33-40, 2007.
Jeanne Maria Melo de Matos
Jeanne Maria Melo de Matos
Faculdade Leão Sampaio
Odontologia 106.1
Células-tronco e a odontologia
Artigo 1 - gincana
Ficha de resumo
O artigo tem por objetivo a analise da perda de dentes e de tecidos periodontais pode causar diversas conseqüências na estética bucal e no sorriso, podendo assim diminuir a auto-estima. Por os processos atuais de reparação ser sujeitos a falhas, o estudo da utilização de células-tronco na reposição de tecidos bucais tem sido efetivado. É necessária a utilização de células-tronco, uma matriz que funcione como um arcabouço e proteínas sinalizadoras que atuem como diferenciadores celulares. Células-tronco são células capazes de se diferenciar e se especializar em vários tipos celulares. No entanto existem vantagens e desvantagens em utilizar esse procedimento, como, por exemplo, a dificuldade de obtê-las, as células-tronco adultas já que há leis que proíbem a utilização de células-tronco embrionárias.
Sua principal fonte é a medula óssea. Muitos estudos em cima de células derivadas da polpa dentária mostram que são multipotentes e capazes de auto-renovação e diferenciação. Há evidencias de que células-tronco de dentes decíduos são similares àquelas encontradas no cordão umbilical e que possuem habilidade de se diferenciarem em células odontoblásticas funcionais, adipocitos e células neurais. Pesquisas demonstraram que células-tronco da polpa requerem um meio indutor apropriado e um arcabouço composto por hidroxiapatita/tricálciofosfato para induzir a formação de osso, cemento e dentina in vivo.
É possível que as células-tronco da polpa humana e do ligamento periodontal estejam associadas com a microvasculatura. Atualmente são utilizados os seguintes marcadores microvasculares, para localização de tais células: STRO-1 (marcador de células do estroma), Fator Von Willebrand e CD146 (molécula da superfície de células endoteliais). A matriz é essencial pois fornece o arcabouço necessário para o transporte de O2, nutrientes e residuos metabólicos.
Os componentes da matriz funcionam ativando morfogêneses das células implantadas. Também pode ser usado um sistema de matriz com a configuração tri-dimensional, a partir do colágeno tipo I, para o cultivo de células-tronco em experimentos, visando sua diferenciação em odontoblastos. Os fatores de crescimento são proteínas secretadas extracelularmente que governam a morfogênese durante tais interações e compreendem cinco famílias protéicas: proteínas morfogenéticas ósseas (BMPs, sigla do inglês bone morphogenetic protein); fatores de crescimento para fibroblastos (FGFs, sigla do inglês fibroblast growth factor); proteínas Hedgehog (Hhs), proteínas wingless e int-related (Wnts) e fator de necrose tumoral (TNF, sigla do inglês tumor necrosis factor).
As BMPs também são expressas no epitélio estrelado do órgão do esmalte durante a fase de capuz e estão associadas com a diferenciação dos ameloblastos e odontoblastos. O hormônio de crescimento pode induzir a expressão dessas BMPs durante a formação dentária12. Os membros da família FGF agem em diferentes momentos da odontogênese, desde o início do desenvolvimento dentário até a formação da últimacúspide. FGFs regulam a expressão de diversos genes e induzem a proliferação do mesênquima2. Sabe-se que os fatores de necrose tumoral (TNF) são cruciais na formação das cúspides dos molares29.
A regeneração de um órgão dentário não é simples, pois seu desenvolvimento é determinado por interações complexas e inúmeros fatores de crescimento e, ainda, a diferenciação celular está ligada a mudanças morfológicas no decorrer da formação do germe dentário.
A análise imunohistoquímica e Western blotting demonstraram que as células-tronco do ligamento periodontal expressaram uma variedade de marcadores cementoblásticos/osteoblásticos. Ao serem transplantadas para ratos imunocomprometidos as células formaram uma estrutura semelhante ao cemento/ligamento periodontal. Em defeitos criados cirurgicamente na área periodontal dos molares inferiores dos ratos, as células se integraram ao ligamento periodontal em duas das seis amostras e, ocasionalmente, uniram a superfície do osso alveolar ao dente. Esses achados implicam em uma possível função das células-tronco na regeneração tecidual periodontal, sendo necessários estudos mais aprofundados.
A matriz extracelular fosfoglicoprotéica não-colagênica (MEPE, sigla do inglês matrix extracellular phosphoglycoprotein) foi identificada recentemente no tecido dentário, tendo o peptídeo Dentonina derivado de sua seqüência gênica. A ação da Dentonina sobre as células-tronco da polpa foi avaliada13. Observou- se um aumento na taxa de proliferação dessas células, sendo possível o uso deste peptídeo na regeneração da polpa em resposta a injúrias como traumas e cáries. São necessários mais estudos para aplicação in vivo desta terapia.
Pesquisadores observaram que células dentárias no estágio de botão, obtidas de ratos recém-nascidos, cultivadas in vitro durante 6 dias e transplantadas para dorsos de ratos imunocomprometidos, apresentaram resultados ótimos na formação de coroas dentárias maduras, com características muito semelhantes aos dentes formados naturalmente6.
Existe um grande avanço nos experimentos com células-tronco adultas provenientes de tecidos bucais. O seu fácil acesso e o fato de não serem órgãos vitais constituem um atrativo para testes de praticidade e viabilidade de técnicas da bioengenharia. É possível que, num futuro próximo, se utilize da bioengenharia na terapia endodôntica e periodontal, apesar de, atualmente, a ciência se encontrar distante de desenvolver órgãos dentários completos a partir de células-tronco, devido aos mecanismos complexos da formação dentária.
Fonte do artigo: http://www.scielo.br/pdf/dpress/v12n1/a06v12n1.pdf
Fichamento feito por Jeanne Matos, aluna do curso de odontologia da Faculdade de ciências Aplicadas Dr. Leão Sampaio.
Parabéns pela postagem e fichamento, Jeanne.
ResponderExcluirEu quero fazer dois comentários em especial.
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1. Você notou como a leitura deste artigo exige um conhecimento avançado de Biologia Celular e Genetica (além de outras áreas)?
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2. A referência bibliográfica deve ser colocada no início da ficha (lá em cima). Eu vi os nomes dos autores, mas não vi o nome da revista, volume, número, páginas e anos.
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Seguir norma da ABNT.
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Grande abraço.
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A referência é a seguinte
ResponderExcluirSoares, P.A.; Knop, L.A.H.; Jesus, A.A.; Araújo, T.M.. Células-tronco em Odontologia. R. Dental Press Ortodont Ortop Facial, V.12, N.1, p.33-40, 2007.
ook.
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